google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: maio 2017

ANUCIOS

domingo, 28 de maio de 2017

Manejo de Pragas e Doenças em Cultivo Orgânico



 Normalmente, quando se considera o solo como um “organismo vivo” e tratando-o com métodos ecologicamente corretos, associados ao uso de práticas preventivas, não ocorrem doenças e pragas.  Estas quando surgem, são um sinal de desequilíbrio e indicam problemas no manejo do solo. Por outro lado, quando se pratica a agricultura moderna que prioriza o uso da monocultura (cultivo de apenas uma espécie), o uso intensivo de mecanização, adubos químicos e agrotóxicos em solos desequilibrados, favorecem o surgimento de inúmeras pragas e doenças que se não forem controladas podem prejudicar parcialmente ou totalmente a produção de alimentos e, o que é pior, contaminam o solo,  rios, lagos, córregos,  e ainda trazem sérias consequências  à saúde do agricultor e consumidor. Um exemplo das sérias conseqüências à saúde humana do uso crescente e abusivo de agrotóxicos na agricultura são os casos de intoxicação e mortes registradas no Centro de Informações Toxicológicas – CIT, situado no Hospital Universitário da  Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis, SC. No período de 1990 até 2007, o CIT detectou 9.300 intoxicações de agricultores e 233 mortes em Santa Catarina (Fonte: www.cit.sc.gov.br). Estima-se que para cada notificação oficial ocorrem pelo menos 10 casos que não são registrados, devido a dificuldade de diagnosticar corretamente os casos de intoxicação.
     A agricultura orgânica, por sua vez, trata o solo como um “organismo vivo”, ou seja, revolvendo o solo o mínimo possível, sem uso de agroquímicos e priorizando a adubação orgânica, adubação verde, rotação, sucessão e consorciação de culturas, cultivo mínimo, plantio direto e outras que visam o equilíbrio do solo, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos e os  inimigos naturais e desfavorecendo o surgimento de pragas e doenças. A ocorrência de insetos-pragas e doenças são a conseqüência e não a causa do problema. Por isso, em agricultura orgânica tratam-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis. Adotando as práticas recomendadas no cultivo orgânico e os métodos de prevenção, dificilmente os cultivos são atacados por pragas e doenças. A prevenção é a maneira mais fácil de manejar as pragas e doenças. Os principais métodos que previnem o aparecimento de pragas e doenças são:                        
Escolha correta da área – a área deve ser bem drenada e ensolarada, pois os raios solares auxiliam no manejo das doenças e pragas. Terrenos sujeitos a neblinas devem ser evitados;                                  
Destruição dos restos culturais:   deve-se sempre, antes de iniciar o cultivo, retirar da lavoura os restos do cultivo anterior (ramos, folhas e frutos)  e  fazer compostagem  (processo de fermentação através de camadas alternadas de resíduos vegetais e esterco fresco de animais),  para evitar possíveis doenças, especialmente se forem verificados focos de plantas murchas ou amarelecidas. Recomenda-se também destruir plantas que apresentam sintomas durante o cultivo. Esta é uma prática importante, especialmente para as espécies das famílias botânicas das solanáceas (batata, tomate, pimentão, beringela e fumo), cucurbitáceas (abóbora, abobrinha, moranga, melão,  melancia e pepino) e brássicas (repolho, couve-flor, couve e brócolis), cultivos mais sensíveis às doenças e pragas;                               
Adubação equilibrada:  a adubação orgânica, com base na análise de solo e nos nutrientes do adubo aplicado, é muito importante, pois as plantas bem nutridas possuem mais resistência às doenças e pragas. O excesso de nitrogênio resulta na produção de tecidos jovens e suculentos, atrasando a maturidade da planta. Por outro lado, plantas mal supridas com nitrogênio tem um fraco crescimento e amadurecimento precoce dos tecidos. Em ambos os casos, a planta se torna mais susceptível ao ataque de doenças e pragas. Em relação ao potássio, geralmente, tem-se demonstrado seu efeito benéfico na redução da severidade de inúmeras doenças.Todavia, o excesso do potássio causa desequilíbrio nutricional e aumenta a severidade,  de  doenças foliares. A sarna da batata é um exemplo de  doença favorecida pelo excesso de cálcio;   
Uso de material de propagação sadio e variedades resistentesé importante, sempre que possível, utilizar cultivares resistentes com sementes e materiais propagativos (tubérculos, ramas, estolhos, bulbilhos e etc.) livres de  pragas e doenças. O plantio de ramas de batata-doce sadias é uma opção para evitar a doença “mal do pé”.  O tomate do tipo cerejinha  e tipo italiano são considerados mais resistente às pragas e doenças que os tomates de mesa tipo Santa Cruz e tipo Salada. O híbrido de repolho Fuyutoyo é considerado resistente à podridão negra. O híbrido de couve-flor Júlia F1 é resistente à alternariose.  As variedades de batata Epagri 361 Catucha  e SCS 365-Cota (Figura 1) são resistentes à requeima (sapeco) e pinta preta. A variedade de batata-doce Princesa é resistente ao “mal-do-pé” e a Brazlândia Roxa é tolerante aos insetos que causam perfurações nas raízes. A variedade de feijão-vagem Preferido é tolerante à ferrugem e antracnose, enquanto que a Favorito tolera a ferrugem e oídio.  As cenouras do grupo Brasília são resistentes ao sapeco;
Rotação e consorciação de culturas : o cultivo intensivo da mesma espécie na mesma área esgota o solo e ainda aumenta a ocorrência de pragas e doenças, especialmente no solo. A rotação e consorciação de culturas, além de melhorar o solo, desfavorece o surgimento de pragas e doenças e ainda, podem servir de abrigo para os seus inimigos naturais. Para o sucesso destas práticas, deve-se seguir dois princípios básicos: - não cultivar, no mesmo terreno, plantas da mesma família botânica, pois estão sujeitas às mesmas pragas e doenças. É o princípio de “matar de fome” os insetos, os fungos e as bactérias que atacam as plantas cultivadas. Ex.:onde se cultiva batata, não deve-se plantar fumo,tomate e pimentão, pois todas estas espécies pertencem a mesma família botânica, sabidamente as que mais possuem problemas de doenças e pragas;     -as espécies a serem incluídas no sistema de rotação devem ter diferentes exigências nutricionais e com diferentes sistemas radiculares para não esgotar o solo e também para explorar ao máximo os nutrientes que estão nas camadas mais profundas.


 
 













segunda-feira, 22 de maio de 2017

Folha-da-Fortuna, Saião-roxo (Kalanchoe pinnata)



Introdução

Pode ser confundida com o Saião (Kalanchoe laciniata; K. brasiliensis) ou outras "Folhas-da-Fortuna", plantas do mesmo gênero que podem formar mudas adventícias em vários pontos das bordas das folhas.

Este último erro também é muito freqüente em sites estrangeiros, onde várias espécies de Kalanchoe aparecem erroneamente como K. pinnata.

Folhas

As folhas são muito variadas, podendo ser simples, tendendo ao formato oval e arredondado na base, ou então, nas folhas mais velhas, serem compostas imparipinadas. 

As suas bordas são serrilhadas, como na maioria das plantas do gênero. 

Nestes pontos da borda, podem surgir mudas adventícias, assim como em suas parentes, mas, diferente destas, as mudas só surgem se as folhas caírem ao chão, e quase nunca enquanto ainda estiver na planta.

Flores

Os botões flortais têm a inusitada característica de ?estourarem? se pressionados, pois são hermeticamente fechados até a abertura da flor. 

As suas flores de coloração rósea apresentam-se em cachos no ápice da planta, sendo que a maior parte dela fica escondida dentro das sépalas.

Após o florescimento, a planta normalmente morre, mas às vezes pode rebrotar, ou mesmo persistir. 

Frutos

Os frutos são constituídos de cápsulas semelhantes às de outras Kalanchoe, porém maiores. As sementes são minúsculas, como as de eucalipto.

Pragas / Doenças

A planta é extremamente resistente, mesmo sendo comestível. Alguns animais, como gafanhotos, grilos e lesmas grandes são capazes de se alimentar de suas folhas, mas sempre em pequenas quantidades. A planta é muito atacada por pulgões, que podem até deformar algumas folhas, mas sem danos maiores que este. Animais maiores, como galinhas e outros herbívoros domésticos, são capazes de matar esta planta. A espécie persiste no meio, reproduzindo-se assexuadamente, pelo que normalmente nunca precisa ser replantada. Por vezes se percebe também partes maiorees de folhas comidas, sobretudo nas grandes folhas velhas próximas do chão - possivelmente ação de animais mastigadores, como lesmas, grilos ou baratas.

Por ser muito atacada por pulgões, a planta também atrai bastante os seus predadores, sobretudo as joaninhas. Tesourinhas (o inseto), teias de aranha, vespinhas minúsuclas e outros pequenos predadores de pulgões também podem aparecer. Se a FDS ou jardim forem ecologicamente diversificados e saudáveis, estes animaizinhos por si só conseguem manter os pulgões sob controle. Muitas vezes os pulgões se instalam dentro de suas flores (que lembram pequenos balões) e lá eles conseguem ficar a salvo de predadores, aumentando em número absurdamente. Porém, a planta parece não sofrer com isso, e, quando a flor morre, os pulgões têm de sair e enfrentar o mundo de qualquer jeito.

Além dos pulgões, também cochonilhas e ácaros podem atacar seus brotos, deformando-os. Porém, são menos comuns. Lagartas-minadoras (larvas de certas mariposas que comem as folhas por dentro) também podem ocasionalmente aparecer, mas são muito raras. Semelhantemente a tais mariposas, na Ásia esxiste uma bela espécie de borboleta (Talicada nyseus) cuja lagarta se alimenta de folhas desta planta e de outras do gênero Kalanchoe. A borboleta põe um ou mais ovos nas folhas, e quando as lagartas nascem entram nos tecidos das folhas, comendo-as por dentro. Depois de grandes, saem e fixam seu casulo no caule, até virarem uma nova borboleta. Aparentemente, esta praguinha não ocorre aqui no Brasil.

A espécie também pode ser atacada por doenças causadas por fungos, especialmente se elas ficam em local de pouco sol e muita umidade, ou em solos muito pobres. Alguns destes fungos são bem conhecidos de agrônomos e agricultores, pois causam doenças em plantas de cultivo. Os fungos que mais comumente causam problemas são Botrytis, Cercospora, Cladosporium, Rhizoctonia, Fusarium. Partes mortas/apodrecendo grandes nas folhas costumam ser causadas por Botrytis; já pontos doentes isolados nas filhas são sinais de Cercospora e/ou Cladosporium. As plantas deste gênero podem ainda ser atacadas por doenças causadas por vírus e bactérias, sendo que existe um vírus específico delas, o vírus do mosaico do Kalanchoe, que cujas manchas aparecem nas folhas. Na prática, podem ser atingidas por todas as doenças que afetam os Kalanchoe de floricultura, mas são bem mais resistentes.

Formas de Reprodução

Estaquia

Reprodução

Pode ser obtida facilmente através de estaquia de folhas. Plantas arrancadas com ou sem raiz também dão boas mudas.
Polinização

É pouco comum que suas flores sejam polinizadas em nosso meio, mas não tão raro quanto em outros Kalanchoe.

Propriedades

Analgésica, antialérgica, antiartrítica, antibacteriana, antidiabética, antifúngica, antiinflamatória externa tópica, antilítica, anti-séptica, bactericida, calmante para erisipela, cicatrizante, depurativa, diurética, emoliente, hemostática, imunosupressiva, imunoestimulante, refrigerante intestinal, resolutiva, tônica pulmonar, vulnerária.[4]

O extrato bruto das folhas possui substâncias biologicamente ativas com evidente atividade anti-tumoral.

Toxidade

Não encontrados na literatura consultada.

Indicação

Abscesso, afta, afecções respiratórias (xarope), cálculo renal, calo, cefalalgias, contusões, coqueluche, dor de cabeça, edemas erisipelosos das pernas, enxaqueca, estomatite, febre, feridas, flegmão, furúnculos, frieira, gastrites, impetigo, ingurgitamento linfático, oftalmia congestiva, picada de insetos, queimadura, tuberculose pulmonar, úlceras digestivas, verruga.

Contra-indicação

Não encontrados na literatura consultada.

Utilização

O suco extraído das folhas de Bryophyllum Caylcinum Salisb(Crassulaceae) possui uma atividade anti-histamínica H1 periférica. 

A histamina endógena interfere na liberação de LH e FSH. 

Concluiu-se que o suco das folhas de B. Calycinum e a DPD aumentou a receptividade sexual em ratas e prejudica o desempenho sexual quando o mesmo tratamento é aplicado em ratos(AU).

Uso medicinal

Modo de usar:
- cataplasma: aquecer a folha e colocar sobre o local afetado (furúnculo, dor de cabeça); fazer uma pasta com a folha e colocar sobre a região machucada (queimaduras, ferimentos, cicatrizante).
- suco: bater no liqüidificador 1 folha com 1 xícara de água. Tomar duas vezes ao dia, entre as refeições (úlceras e gastrites). 

Suas folhas são usadas no tratamento de feridas, contusões, furúnculos, abscesso e outras doenças de pele, picada de inseto e em doenças do trato respiratório (Silva et al, 2001).[3]

Receitas:

- Colírio de Corama p/ conjuntivite;

Esquente a água; coloque a folha na água quente e deixe por uns 10 minutos. Retire a folha, deixar esfriar um pouco, enrolar a folha e apertar para que o suco saia. Pingar 2 gotas de manhã, 2 à tarde e 2 à noite; Serve também para retirar a carne crescida do olho, neste caso, usar durante mais de uma semana, sem parar nenhum dia.

- Puxar furúnculos

Aquecer a folha na água quente até ela amolecer. Untar com óleo preferencialmente de andiroba ou copaíba; colocar ainda morno no local do furúnculo e deixar fixo o maior tempo possível.

- Xarope para combater a tosse, bronquite e asma.

Alternar camadas de folhas de corama e rodelas de mangará de banana. Cobrir as camadas com açúcar. Esta primeira fase não leva água. Deixar cozinhar em fogo baixo sem mexer para não açucarar. Colher o xarope quando a folha de corama estiver bem cozido.

Colocar um pouco de água na panela e levar ao fogo. Quando levantar a fervura, retirar coar e colocar junto com o primeiro xarope. Crianças até 3 anos; Uma colher das de sobremesa 5 x ao dia, crianças maiores e adultos; 1 colher de sopa de 3 a 5 x ao dia.

- Suco das folhas para curar Gastrite;

Bater no liquidificador 2 a 3 folhas de corama junto com um copo pequeno de água; Coar e beber o suco de manhã (em jejum ) e à noite durante 30 dias.

Recomenda-se observar um intervalo de 30 minutos depois do suco para tomar o café da manhã.

- Suco das folhas para combater caspa a seborréia e fortalecer os cabelos.

Bater no liquidificador 5 a 10 folhas de corama.
Molhar os cabelos e passar o suco da planta deixando por uns 20 minutos.
Enxaguar. Repetir o tratamento 2 x por semana.

Dist. Geográfica

Planta nativa da África Tropical, atualmente ocorre em todos os trópicos.

A folha-da-fortuna (Kalanchoe pinnata) é uma planta medicinal também conhecida como flores-da-fortuna, folha-da-costa, erva-da-costa, folha-grossa, folha-da-vida, coirama, coirama-branca, coirama-brava, roda-da-fortuna, saião, saião-roxo, amor-verde, paratudo, planta-do-amor, sempre-viva, air plant e leaf of life (inglês), hoja del aire (espanhol), dentre outros inúmeros nomes populares. o gênero Kalanchoe inclui os sinônimos botânicos Kalanchoe brasiliensis, Bryophyllum calycinum, B. germinans, B. pinnatum, Cotyledon calycina, C. calyculata, C. pinnata, C. rhizophilla, Crassuvia floripendia, Crassula pinnata, Sedum madagascariense e Verea pinnata. Pertence a família Crassulaceae. Benefícios da folha-da-fortuna Os indígenas utilizam a folha-da-fortuna para realizar diversos tratamentos, tais como inflamações. A infusão das folhas era um popular tratamento para a febre. O suco da folha misturado com óleo de coco ou óleo de andiroba é considerado pelas tribos africanas como uma eficiente loção para aliviar enxaquecas e dores de cabeça. Ao longo do Rio Pastaza, no Equador, nativos usam uma infusão das folhas da folha-da-fortuna no tratamento de ossos quebrados e hematomas internos. No Peru, tribos indígenas misturaram a folha com aguardente e utilizam a mistura para ajudar nas dores de cabeça. A raiz é também preparada como uma infusão e usada para a epilepsia. Outras tribos na Amazônia espremem o suco de folhas frescas e misturam com o leite da mãe para curar dores de ouvido. Na Amazônia, uma xícara de uma infusão de folhas-da-fortuna duas vezes ao dia é geralmente usada para infecções respiratórias, tosse e febre. A folha é bastante suculenta e a deve ser macerada para obter um suco, que é colocado diretamente em cortes, arranhões, queimaduras e outras condições de pele. O uso tradicional da folha-da-fortuna para doenças infecciosas (interna e externamente) é apoiado por pesquisas que indicam que as folhas da folha-da-fortuna possui atividade antibacteriana, antiviral e antifúngica. A folha e suco da folha demonstraram possuírem propriedades antibacteriana Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Shigella, Bacillus e Pseudomonas, incluindo várias estirpes de bactérias resistentes a múltiplas drogas. Um extrato de água de folhas de folha-da-fortuna ajuda a prevenir e tratar a leishmaniose. O suco da folha tem atividade anti-histamínico e anti-alérgica. Composição da folha-da-fortuna A folha-da-fortuna é rica em alcaloides, triterpenos, glicosídeos, flavonoides, esteroides e lipídios. As folhas contêm um grupo de substâncias químicas chamadas bufadienolides, que são muito ativas e têm suscitado o interesse dos cientistas. Elas são muito semelhantes em estrutura e atividade com dois outros glicosídeos cardíacos, a digoxina e digitoxina (medicamentos utilizados para o tratamento de insuficiência cardíaca congestiva e condições relacionadas). Os bufadienolides da Kalanchoe pinnata têm demonstrado em pesquisas clínicas propriedades antibacteriana, câncer, antitumoral preventiva e ações de inseticida. Os componentes químicos encontrados na folha-da-fortuna incluem: ácido araquidônico, astragalina, ácido beénico, amirina beta, benzenóides, beta-sitosterol, bryophollenone, bryophollone, bryophyllin, AC bryophyllin, bryophyllol, bryophynol, C bryotoxin, bufadienolides, ácido cafeico, campesterol, cardenolidas, ácido cinâmico, clerosterol, clionasterol, codisterol, ácido cumárico, epigalocatequina, ácido ferúlico, flavonóides, friedelina, glutinol, hentriacontano, isofucosterol, kaempferol, ácido oxálico, o oxaloacetato, o ácido palmítico, patuletin, peposterol, fosfoenolpiruvato, ácido protocatecuico, pseudotaraxasterol, piruvato, quercetina, esteróides, estigmasterol, o ácido succínico, o ácido siringico, taraxerol e triacontano. 

Contraindicações e efeitos colaterais da folha-da-fortuna A folha-da-fortuna não deve ser utilizada durante longos períodos de tempo ou por pessoas com um sistema imunitário reduzido. 

História e curiosidades A Kalanchoe tem sua origem na África e Ásia, porém foi distribuída pelo homem no mundo todo. A Kalanchoe pinnata é uma planta perene que cresce de até 1,5 metros e pode ser considerada como herbácea ou semiarbusto, devido ao tamanho que pode atingir. Suas folhas possuem formato oval e arredondado na base e suas bordas são serrilhadas, seguindo a maioria das plantas do gênero. Nas bordas podem surgir mudas adventícias, no entanto, tais mudas só aparecem quando as folhas caem no chão. Os seus botões florais são hermeticamente fechados até a abertura de sua flor. A Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).



sábado, 20 de maio de 2017

Citronela, Citronela-de-java (Cymbopogon nardus)



Introdução

É utilizada para a extração de um óleo essencial chamado óleo de citronela, muito utilizado na confecção de velas, loções e óleos repelentes de mosquitos.

Não deve ser confundida com o capim-limão (Cymbopogon citratus). Ainda que a aparência seja realmente muito próxima, dá para diferenciá-las pelo aroma: o capim-limão apresenta um cheiro mais suave, que lembra o limão; enquanto o aroma da citronela é bem mais intenso.

Porte

Até 1,5m de altura

Caule

Ereto, com nós bem demarcados.

Folhas

Verde-claro e ásperas, com 7mm de largura e bainhas grandes.

Tipos de solo

Exige solos aluviais (encharcados)

Clima

Prefere climas úmidos, com chuvas regulares.

Grupo Ecológico

Climácica

Melhor época para plantio

Entre setembro e dezembro.

Forma de plantio

A propagação se faz por meio de mudas. 

São necessárias 13 mil a 20 mil mudas por hectare.

Espaçamento

1 a 1,20 m entre linhas e 50 a 60 cm entre plantas.

Cultivo

Faz-se a rotação depois de seis a oito anos, com leguminosas ou outra espécie não gramínea.

Replantio a cada 3 anos

Iluminação

Exige sol pleno. A planta não vai bem à sombra ou meia-sombra.

Irrigação

Quando não há chuvas, regar 4 vezes por semana.

Colheita

A época é variável, podendo haver dois a três cortes de folhas por ano.

Partes utilizadas

Folhas

Formas de Reprodução

Divisão de touceiras

Sementes

Reprodução

Por touceiras. É necessário o replantio a cada 3 anos.

Princípios Ativos

A-cadinol, acetato de geranil, b-elemeno, citral, citronelal, citronelol, d-cadineno, elemol, elemicina, eugenol, geranial, germacreno-D, geraniol, isopulejol, limoneno, linalol, mirceno, sabineno.

Utilização

A destilação das folhas a vapor resulta num óleo essencial, que rende normalmente 100 a 200 kg/ha.

O óleo essencial da citronela-de-java contém cerca de 65% de geraniol e 35% citronelal, e é utilizado pela indústria de perfumes e cosméticos como repelente de insetos.

O método industrial de extração do óleo essencial da citronela é conhecido como "arrasto de vapor". As folhas são colocadas em um recipiente e passam a receber vapor d´água constantemente. A água é aquecida em uma caldeira. Ao passar pelas folhas da citronela, o vapor leva junto o óleo essencial e este é separado da água, em seguida, por condensação.

Já a extração caseira do óleo essencial da citronela não é muito simples. Segundo informações da Seção de Plantas Aromáticas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pode-se colocar as folhas com um pouco de água num panela de pressão: o vapor que sair de lá também vai conter óleo essencial. O problema é recolher este vapor, para daí extrair o óleo.

Uma outra dica é que o óleo essencial da citronela é também solúvel em álcool. Assim, se misturarmos as folhas ao álcool, naturalmente o óleo essencial vai ser liberado. Aqui o problema é o seguinte: outras substâncias presentes na folha, como clorofila e pigmentos, também são solúveis em álcool e, neste caso, não teríamos o óleo puro como se obtém por meio do vapor d´água.

Vale destacar mais um detalhe importante: as folhas de citronela possuem uma concentração mínima de óleo essencial, em torno de 0,5% a 0,6%. Para cada 100 quilos de folhas, extraem-se no máximo 600 gramas de óleo. Ou seja, tentar extrair pequenas quantidades não é nada viável.

Como extrair o extrato de citronela passo a passo

Você vai precisar de:

- 1 feixe de citronela;
- 1 frasco de vidro de fechamento hermético;
- Álcool de cereais a 70%;
- Água;
- Tesoura para cortar as folhas de citronela;

Processo:

1 - É importante que você colha a citronela no início da manhã, logo quando o sol nasce. Corte as folhas mais sadias. Lave as folhas e deixe secar na sombra por um tempo para retirar o excesso de água.

2 - Agora corte as folhas em pedaços pequenos e coloque tudo dentro do frasco de vidro. É necessário que ele seja de vidro para que nenhuma substância do frasco passe para o extrato. E é essencial que o frasco feche hermeticamente porque não pode haver trocas entre o interior do frasco e o exterior.

3 - Agora é hora de preparar a solução de água e álcool. A quantidade correta de cada é um é de 70% de água para 30% de álcool. Prepare uma quantidade que cubra todas as folhas que estão no frasco, nenhum pedaço de citronela pode ficar fora da água com álcool porque apodrece. Após completar tudo com a solução água/álcool tampe o frasco e agite-o com calma para que a solução entre em contato com todas as partes da citronela.
Faça você mesmo: velas de citronela para afastar os mosquitos

4 - Se o seu frasco for transparente ou se ele deixa passar alguma luz é necessário envolvê-lo com um papel preto fosco para que nenhuma luz entre em contato com a citronela de dentro do frasco. Cole uma etiqueta no vidro com a data do dia que ele foi fechado. E por fim, coloque o frasco em um local escuro por 15 dias.

5 - A cada dois dias é necessário que você agite suavemente o frasco, para que o líquido circule entre as folhas. Após os 15 dias, coe a citronela e guarde o líquido. Está pronto seu extrato de citronela!

Origem

É uma planta originária do Sri Lanka (antigo Ceilão) e da Índia.

Curiosidades

Há quem pergunte se apenas cultivando a citronela no jardim é possível usufruir do poder repelente da planta. 

A resposta é sim, mas com uma ressalva: para que o resultado seja positivo, é preciso plantar a citronela no caminho percorrido pelo vento, de forma que leve o aroma até o local de onde desejamos manter os mosquitos afastados.

Uma outra forma de aproveitar o poder repelente da planta é fazer um chá com as folhas da planta e usá-lo para limpar o chão, passar em parapeitos de janelas, etc.
Observações

Não confundir com o capim-limão !

Ainda é muito comum a confusão entre a citronela e o capim-limão (Cymbopogon citratus).

Pelo nome científico, já deu para perceber que ambas as plantas pertencem ao mesmo gênero. 

Embora a aparência seja realmente muito próxima, dá para diferenciá-las pelo aroma: o capim-limão apresenta um cheiro mais suave, que lembra o limão; enquanto o aroma da citronela é bem intenso.




segunda-feira, 15 de maio de 2017

Manejo de Pragas no Cultivo Orgânico



O manejo de pragas no cultivo orgânico não procura exterminar os insetos-pragas, mas simplesmente mantê-los em determinados níveis de equilíbrio e, não colocando em risco a  lavoura e o lucro do agricultor e, especialmente a saúde do produtor e consumidor. Em geral, os insetos causam prejuízos ao homem e animais, sejam através dos danos às plantações, ou através da transmissão de doenças. Outros são benéficos como o bicho-da-seda, abelhas e demais polinizadores e insetos que se alimentam de outros insetos. O grande desafio da agricultura é manter a produtividade dos cultivos e ao mesmo tempo melhorar a qualidade e sanidade dos alimentos, conservando os recursos naturais (solo, água, ar e organismos benéficos) para gerações futuras. O reconhecimento dos insetos-pragas e seus inimigos naturais não pode ser dispensado no cultivo orgânico. Inseto pode ser considerado praga quando causa danos econômicos ao produtor. A simples presença de insetos na lavoura não significa perdas; é necessário que a população destes seja elevada. Antes de iniciar um controle o produtor deve primeiro reconhecer qual a praga que costuma sempre causar danos a sua lavoura. Caso não consiga reconhecer, deve recorrer ao técnico do município para determinar a praga e, principalmente, verificar a necessidade de tratamentos fitossanitários com produtos alternativos. No cultivo orgânico o homem deve intervir o menos possível no meio ambiente para não desequilibrar o sistema. Por isso, os produtos alternativos, mesmo que não causem riscos ao homem e meio ambiente, somente devem ser utilizados quando realmente necessários e, sempre aplicados com equipamentos de proteção e, tomando-se o cuidado de não deixá-los ao alcance de crianças e animais.
. Água de cinza e cal (“fertiprotetor” de plantas): É um produto ecológico obtido pela mistura de água, cinza e cal, recomendado para aumentar a resistência das culturas às pragas, reduzindo a ocorrência de vaquinhas e pulgões e também de doenças. Essa mistura contém expressivos teores de macro (Ca, Mg e K) e micronutrientes, estimulando a resistência às doenças fúngicas e bacterianas. (Fonte: Claro, 2001). Modo de preparar: Em um recipiente de alvenaria, plástico ou latão misturar 5kg de cal hidratado e 5kg de cinza peneirada com 100L de água. A mistura deve permanecer em repouso no mínimo por 1 hora antes de ser utilizada. Nesse período, agita-se a mistura no mínimo três a quatro vezes, com madeira ou taquara. Após a última agitação, esperam-se 10 a 15 minutos para que ocorra a sedimentação das partículas sólidas. A água de cinza e cal deve ser coada antes do uso, usando-se a peneira do pulverizador. A mistura deve ser filtrada e armazenada em bombonas. No momento de usá-la, basta agitar o conteúdo que irá retomar a cor branco-leitosa. Preferencialmente, no momento de usá-la, pode-se associá-la a um espalhante adesivo (farinha de trigo a 2%). Cuidados na aplicação: evitar aplicar em horários de intenso calor. No verão, aplicar à tardinha ou de manhã cedo, especialmente quando a cinza utilizada for de madeira, pois tem maior concentração de nutrientes e é mais salina e alcalina. 
. Enxofre (acaricida): é um produto natural que pode ser usado puro ou na calda sulfocálcica visando o manejo de ácaros. Ao ser utilizado puro, devem-se misturar, a seco, 800g de enxofre e 200g de farinha de milho bem fina, diluindo 34g em 10 litros de água e aplicar sobre as plantas (Fonte: Paulus, 2000).
. Farinha de trigo - espalhante adesivo ecológico e manejo de ácaros, pulgões e lagartas. Quanto mais cerosa for a superfície da folha ou ramos das plantas tratadas, maior número de gotas se forma, menor a área de molhamento, maior a possibilidade de injúrias e menor a eficiência da pulverização sobre a nutrição ou manejo de pragas e doenças. Dentre as hortaliças, alho, cebola, repolho e couve-flor são exemplos de culturas com alta cerosidade nas folhas e que exigem, por isso, o uso de espalhante adesivo nas pulverizações das caldas, da água de cinza e cal e de outros produtos alternativos. Quando as gotas permanecem inteiras sobre a superfície foliar, por falta de espalhante adesivo, podem danificar os tecidos vegetais quando o sol incide sobre elas. Modo de preparar: Em um recipiente apropriado, misture com água os ingredientes a serem pulverizados, acrescentando a farinha por último. Adicionar a farinha aos poucos, lentamente, sob forte e constante agitação com auxílio de uma pá de madeira ou taquara para que a dissolução seja completa. Para evitar obstrução de bicos do pulverizador recomenda-se coar a calda, podendo-se utilizar a própria peneira do pulverizador. Dosagem: 200g de farinha de trigo em cada 10L de calda. Essa dose pode ser aumentada ou diminuída de acordo com o grau de cerosidade das folhas. No manejo de insetos-pragas que ocorrem em hortas, recomenda-se o seguinte preparo: diluir 1 colher de sopa de farinha de trigo em 1L de água e pulverizar nas folhas atacadas. Aplicar pela manhã em cobertura total nas folhas, em dias quentes, secos e com sol; mais tarde, as folhas secando com o sol formam uma película que envolve as pragas e caem com o vento.
. Leite cru - manejo de ácaros, ovos de lagartas, lesmas, doenças fúngicas  e viróticas. O leite, na sua forma natural ou como soro de leite, é indicado para o manejo de ácaros e ovos de diversas lagartas como atrativo para lesmas e no controle de várias doenças fúngicas tais como o oídio (Figura 1) e viróticas. Pesquisa comprovou a eficiência do leite cru (+10%) sobre o oídio em cucurbitáceas, mesmo após o início da infecção no campo, superando o leite industrializado (tipo C e o longa vida). Essa maior eficiência do leite cru e fresco pode ser explicada, em parte, pela maior concentração de substâncias e de microrganismos fermentados em relação aos leites industrializados. (Fonte: Zatarim et al., 2005).


Figura 1. O fungo oídio que tem como principal sintoma a formação de um pó branco sobre as folhas, ataca o feijão-vagem (foto) e as demais espécies da família das cucurbitáceas (melão, melancia, pepino, abóbora e moranga). O leite cru e fresco à 10%  (1 L para 100 L de água) é eficiente no controle desta doença, mesmo no início da infecção.















terça-feira, 9 de maio de 2017

Maria Preta, Maria Pretinha, (Solanum americanum Mill.)



Introdução

A Solanum americanum, popularmente conhecida como maria-pretinha, é uma erva daninha pertencente à família das solanáceas nativa das Américas com ocorrência entre o sudoeste dos Estados Unidos da América e o sul do Peru e do Paraguai, sendo uma planta muito comum no Brasil. 

Apesar de possuir bagas comestíveis, com valor medicinal, deve ser ingeridos com prudência, pois os seu frutos negros podem ser confundidos com os da beladona, planta de elevado grau de toxicidade.

A espécie encontra-se naturalizada em todas as regiões tropicais e subtropicais, sendo considerada por alguns autores como nativa do Hawaii ou pelo menos como uma introdução remota, provavelmente devida aos povos polinésios. É usada como planta medicinal nos Camarões, Quénia, Hawaii, Panamá, Serra Leoa e Tanzânia.

Os frutos verdes são tóxicos, possuem um princípio ativo chamado alcalóide indólico.

É considerada como planta daninha, infestando lavouras, pomares, cafezais, jardins e terrenos baldios.

Porte

Erva ou arbusto de até 1,2 m de altura.

Caule

Apresenta caule liso, ramificado, verde e ereto.

Folhas

Folhas esparsas, alternas, simples, pecioladas, ovais, acuminadas, quase trapedozais, desigualmente lobadas, as vezes inteiras, verde-escuras, medindo 3 a 6cm de comprimento.

Flores

As flores, alvas e curtamente pedunculadas, dispõe-se em umbelas com 3 a 10 flores com até 1cm de diâmetro.

Frutos

O fruto é uma baga (solanídeo) verde, quando imatura, e negra quando matura, brilhante, amarga e nauseabunda, medindo 8 a 10mm de diâmetro.

A polpa contém 50 a 100 sementes pequenas e arredondadas.

Sementes

Semente comprimida, obovóide, com 1,0 a 1,3mm de diâmetro, amarelo-clara, reticulada, glabra e fosca. 

Os frutos quando secam retém as sementes.

Tipos de solo

Exige solo fértil (é nitrófila), humoso e com teor de umidade. Porém, é encontrada até mesmo em solos secos, pedregosos e depauperados.

Clima

Adapta-se do tropical ao temperado. É heliófita.

Colheita

Produção de sementes: 500 por planta, em média, mas variando de 100 a 1000 sementes ou até 178.000. A viabilidade no solo é de 8 anos.

Partes utilizadas

Folhas e Frutos

Dispersão

Zoocórica.

Propriedades

Antiespasmódica, sedativa, expectorante, analgésica, diurética, depurativa, emoliente, vulnerária, anti-reumática, diaforética, antiartrítica, anti-hipertensiva, aperiente, calmante, antiinflamatória, febrífuga, mineralizante, reconstituinte, narcótica, calmante, afrodisíaca e analgésica. 

A fruta fresca é usada como antiparasitária.

Princípios Ativos

Solanina, rutina, asparagina, solamargina. Também contém solasodina (0,1%), que é matéria prima para a produção de hormônios esteroidais.

Indicação

Indicada para o uso externo no tratamento de pitiríase versicolor ou pano branco, feridas e úlceras (uso tópico das folhas contusas), inflamações, áreas intumescidas, irritadas e dolorosas, dartros, furúnculo, panarício, queimaduras, psoríase, eczema, escrófulas, abcesso, acne, dermatite, erisipela, exantema, leucorréia, pústulas, tinha e vaginite. 

Internamente para o tratamento de asma, amigdalite, anemia, cirrose, cólicas, diarreias, escorbuto, gastrite, meningite, paludismo, úlcera gástrica, terror noturno, excitação nervosa, cólica e afecções urinárias, gastralgia, crises hepáticas, espasmos vesicais, distúrbios digestivos e ginecológicos e hemorroidas.

Utilização

Os frutos maduros são comestíveis, sendo excepcionalmente saborosos, podendo servir de matéria prima para geléias, musses, sorvetes ou como recheio e ou coberturas para bolos e tortas. 

As folhas são utilizadas na alimentação humana como hortaliça, e é uma boa fonte de proteína, manganês (Mn), fósforo (P), ferro (Fe) e boro (Na culinária, as folhas são preparadas cozidas ou fritas com ovos, alimento este, aliás, muito utilizado pelos índios Kaingang e em muitas outras partes do mundo.

Uso medicinal

A infusão das folhas apresentou atividade hipoglicemiante em ratas (Victoria), espasmolítica, por mecanismo muscarínico e musculotrópico, frente a acetilcolina, na dose de 640mg e frente ao cloreto de bário, nas doses de 320 a 640mg (Cruz).

A decocção das folhas tem ação antibiótica sobre Staphylococcus aureus. A decocção e a maceração hidroalcoólica das folhas tem atividade sobre Candida albicans (Victoria) e Cryptococcus neoformans (Cooney et al.).

Formas de USO:

- Cataplasmas: folhas frescas aplicadas topicamente (dermatoses e lesões dérmica)

- Decocção: ferver 1 colher das de chá de folhas em 1 xícara das de chá de água. Tomar 3 xícaras ao dia (excitação nervosa, cólicas, nevralgias, dermatoses, catarros e afecções urinárias). 

Pode-se utilizar o decocto para fazer a ablução de áreas inflamadas, doloridas e lesionadas.
Uso culinário

Os frutos maduros são comestíveis, podendo servir de matéria prima para geleias.

As folhas são preparadas cozidas ou fritas com ovos.

Origem

Nativa, não endêmica do Brasil.

Habitat

É uma erva ruderal originária das Américas, de ampla distribuição, ocorrendo indiferentemente tanto em roças de solos férteis como de solos pobres. Desenvolve-se nos mais variados ambientes, desde os solos úmidos até os mais secos e pedregosos. Ocorre na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica.

Curiosidades

Os frutos imaturos e as folhas cruas são tóxicos, possuindo um efeito pouco usual (e não facilmente percebível), pois atuam no sistema nervoso central, causando sintomas de depressão.

Observações

Os frutos verdes são tóxicos. 

A solanina tem uma DL50 de 42mg/kg por via intraperitonial. 

A planta tem habilidade em acumular nitratos, podendo atingir níveis tóxicos aos animais.

A planta pode ser hospedeira de nematóides do gênero Rotylenchus e Meloidogyne.




segunda-feira, 8 de maio de 2017

Melão-de-são-caetano (Momordica charantia L.)



Introdução

Estudos científicos publicados nos últimos 10 anos mostram que o Melão-de-são-caetano ou Melão-amargo, apresenta propriedades anti-tumorais e anti-cancerígenas e muitas pesquisas tem sido realizadas a respeito de suas atividades antivirais e no HIV. 

Pode ser usado contra todas as doenças de pele, tais como eczemas, acne e doenças por fungos.

É ótimo coadjuvante para os diabéticos, pois tem propriedades hipoglicêmicas, reduzindo o índice de glicose no sangue.

É uma planta daninha bastante freqüente em pomares, cafezais, sobre cercas e alambrados e em terrenos baldios. 

O suco do vegetal, na concentração de 5% em água mostrou ter um potencial assombroso de lutar contra o crescimento dos quatro tipos de cânceres pancreáticos pesquisados, dois dos quais foram reduzidos em 90%, e os outros em incríveis 98% apenas 72 horas após o tratamento!

A dose utilizada foi de seis gramas de pó do melão amargo para um adulto de porte médio (75 quilos).[10]
Sinonímia

- Amara indica L. 
- Cucumis africanus Lindl. 
- Cucumis intermedius Roem. 
- Momordica anthelmintica Schum. 
- Momordica macropetala M. 
- Momordica muricata Willd. 
- Momordica operculata Vell. 
- Momordica papillosa Peck 
- Momordica roxburghiana Don 
- Momordica senegalensis Lam. 
- Momordica zeylanica Mill.

Etimologia
O nome em latin Momordica significa "mordida", referindo-se às bordas da folha que parecem que foram mordidas.

Folhas
( Em 25/07/2016 13:50:00, Anderson Porto de Araruama/RJ comentou )
Simples, membranáceas e orbiculares. O pecíolo apresentou colênquima angular e feixe vascular bicolateral. A região do limbo tem mesófilo dorsiventral e nervura central de contorno biconvexo com feixes bicolaterais e colaterais. Estruturas secretoras, tricomas tectores e glandulares e drusas de oxalato de cálcio estão presentes nas folhas.

Sementes
Seu fruto cor de ouro com espinhos moles na superfície se abre espontaneamente em 3 partes, quando maduro mostra suas sementes vermelhas comestíveis de grande beleza e paladar suave, muito apreciado pelas crianças.

Cultivo
As práticas culturais são similares ao do pepino
Partes utilizadas
Frutos, hastes, talo, folhas e arilo das sementes.

Propriedades

Adstringente (raiz), adstringente da cútis, afrodisíaca, aperitiva, estomáquica, anticarbunculosa, anti-helmínticos (frutos), anti-hemorroidário, antidiabética, antimicótica, antifebrífugos e antipalúdicos (frutos), antivenéreos (frutos cozidos), antileucorréico, anti-reumática, antiflatulenta, anticatarral, antipirética, cicatrizante (folhas pulverizadas), colerética, depurativa do sangue, emenagoga, emético (folhas), emeto-catárquico, emoliente, estomáquico, febrífuga, hemostáticos (fruto maduros), hipotensora, hipoglicêmica (folhas), laxante, purgativo (folhas), rubefaciente, supurativa, vomitivos (frutos cozidos), vermífugo, vermicida.[3]

Um dos princípios ativos demonstrou clinicamente ser capaz de inibir a guanilato-ciclase, que parece estar associada ao aparecimento da psoríase e está ligada ao crescimento de células leucêmicas e cancerosas. 

A momordina demonstrou clinicamenteatividade anticancerosa contra o linfoma de Hodgkins em animais. 

Outras proteínas - a e B-rnomorcharina, cucurbitacina B - foram testadas por seus prováveis efeitos anticanceroso. Um análogo químico destas proteínas do melão de são caetano foi desenvolvido, patenteado e denominado "MAP-30"; seus criadores relatam que ele é capaz de inibir o crescimento de tumores da próstata. 

Duas dessas proteínas - a e b momorcharina, também foram descritas como inibidoras do vírus HIV in vitro. 

Num estudo, as células infectadas com o vírus H IV tratadas com a e B-momorcharina mostraram perda quase total do antígeno do vírus, enquanto as células normais não foram afetadas. 

Os inventores do ??MAP-30" registraram outra patente que estabelece "útil para tratamento de tumores e infecções por HIV. 

Outro estudo clínico mostrou que a atividade anliviral do ??MAP·30" também estava relacionada com o vírus do herpes in vitro (Lee -Huang, S. e cols., 1995 e Bourinbaiar, AS. e cols., 1996).

Em vários estudos, pelo menos 3 grupos diferentes de princípios ativos encontrados em todas as partes do melão de são caetano demonstraram clinicamente propriedades hipoglicemiantes e outras ações benéficas contra o diabetes mellitus. 

Estes princípios incluem uma mistura de saponinas esteroidais (charantinas), peptídeos insulino­semelhantes e alcalóides. 

Efeito hipoglicémico foi maior na fruta, onde estes compostos são mais abundantes.

Até agora, perto de 100 estudos in vivo demonstraram o efeito hipoglicemiante deste fruto.

Também se demonstrou sua capacidade de aumentar a absorção de glicose, aumentar a liberação de insulina e potencializar seu efeito. 

Em outro estudo in vivo O fruto e as sementes mostraram redução do colesterol total. 

Num estudo, os níveis de colesterol e triglicerídios elevados em ratos diabéticos retornaram a níveis normais após 10 semanas de tratamento.

Inúmeros estudos in vivo já demonstraram a antividade antitumoral da planta inteira - extrato aquoso bloqueando o crescimento de carcinoma prostático em ratos; extrato aquoso quente inibindo o crescimento de tumores mamários em ratas. 

Outros estudos in vitro também provaram a atividade anticancerosa e antileucêmica contra várias linhagens celulares, incluindo câncer de fígado, leucemia humana, mela-noma e sarcomas sólidos.

Tanto a planta como muitos de seus princípios ativos isolados foram documenta­dos com atividade antiviral in vitro contra os seguintes vírus: Epstein-Barr, herpes e HIVs. 

Em um estudo in vivo o extrato da folha aumentou a resistência a infecções e teve efeito imunoestimulante em animais e humanos, aumentando a produção de interteron e atividade mortífera natural sobre as células.

Em adição, extratos das folhas mostraram atividade antimicrobiana de largo espectro, in vitro contra E. coli, Staphylococcus, Pseudomonas, Salmonella, Strepto-bacillus e Streptococcus.

Um extrato da planta inteira mostrou atividade antiprotozoárica contra Entamoeba histolytica. 

O fruto e seu suco mostraram as mesmas propriedades antibacterianas e num outro estudo o extrato do fruto mostrou atividade contra a Helicobacter pylori.

Vários estudos clínicos in vivo demonstraram a toxidade relativamente baixa de todas as partes da planta quando ingeridas oralmente.

Entretanto, a toxidade e até a morte de cobaias acontece com o uso intravenoso.

Alguns estudos sugerem os extratos do fruto e a folha como seguros na gravidez se ingeridos oralmente. 

As sementes são abortivas para cobaias e as raízes são estimulantes uterinos em cobaias.

O fruto e a folha têm efeito antifertilidade invivo em fêmeas, não afetando a produção de esperma negativamente.[8]
Princípios Ativos

Momordicina (alcalóide), momordipicrina, ácido mormódico, b-alanina, fenilalanina, b-amirina, arginina, lignano-calceolariosídeo, a-caroteno epóxido, b-caroteno, esteróide-charantina, criptoxantina, triterpenos-momordicina, taraxerol, momorcharisídeos A e B, diosgenina, p-cimeno, ácido gentísico, momordica charantia lectina, momordica aglutinina, fator citostático de momordica, inibidor de tripsina momordica, neroldiol, V-insulina, P-insulina, b-sitosterol, derivados de stigmasterol, 5-hidroxitriptamina, verbascócido, vicina e o alcalóide zeatina.

Fruto: polissacarídeos (com 16% de ácido galacturônico).

Sementes: aminoácidos, ácido glutâmico e glicina.
Contra-indicação
Contra-indicado para gestantes, nutrizes e crianças; as sementes contém compostos tóxicos, não devendo ser ingeridas em grandes quantidades.

Uso medicinal

Febrífugo, anti-reumático, anti-helmíntico.

São reportados usos para afecções biliares, catarata, cólicas abdominais, colite, cravos, dartro, dores de ouvido, dor reumática, escabiose, enxaquecas, febre, fígado, gogo das aves, hemorróidas (especialmente a raiz), infecções da pele, irrigação vaginal, leucorréia, malária, menstruações difíceis, mordida de serpentes, morféia, problemas de pele (eczemas, acne, sarna e furúnculos), picadas de insetos, problemas gástricos, pruridos, queimaduras, resfriado, reumatismo, úlceras malignas, vermes. 

- frutos cozidos: vomitivos e antivenéreos.
- frutos maduros em cataplasmas: hemostáticos.
- suco das folhas: emético, purgante, mordida de serpentes e afecções biliares.
- raiz: adstringente.
- decocção das folhas: infecções da pele.
- infusão das folhas (forte): escabiose, picadas de insetos, malária, pruridos e úlceras malignas
- infusão da planta inteira: resfriado
- folhas e frutos: gogo das aves
- infusão de 10 g de folhas secas por litro de água: leucorréia, menstruações difíceis e cólicas causadas por vermes.
- infusão do fruto: hemorróidas.
- ungüento: arilo contuso misturado com vaselina: tumores, furúnculos e carbúnculos.
- suco: machucar as folhas verdes em óleo de amêndoas doces: queimadura.
- suco puro das folhas: sarna.[3]

Extratos dos frutos, folhas e raízes de Momordica charantia Linn (Cucurbitaceae) são eficientes no tratamento da diabetes tipo II 

Habitat

A planta cresce em áreas tropicais na Ásia, na Região Amazônica, no leste da África e nas Ilhas do Caribe.
Dist. Geográfica
Ocorre virtualmente em todas as regiões habitadas do país (Lorenzi,2000).

História

No Brasil, os frutos são consumidos principalmente pela comunidade nipo-brasileira. São colhidos e vendidos verdes em feiras livres na cidade de São Paulo onde se concentram estas comunidades. 

Podem ser consumidos também em alguns restaurantes japoneses mais tradicionais. São popularmente conhecidos entre eles como nigauri, nigagori ou goya, sendo esta última denominação utilizada pelos descendentes provindos da província de Okinawa, onde consome-se muito este fruto.

Seu nome Melão-de-são-caetano se deve aos escravos que se estabeleceram na região das minas auríferas e plantaram ao redor de uma capelinha em Mariana. O padroeiro da capela era S. Caetano e os frutos parecidos com melão. Daí o nome Melão de São Caetano.
Observações

Causa queda drástica da taxa de glicose sangüínea em poucas horas; pode ter ação teratogênica; in vitro, é um inibidor da síntese protéica; pode causar aborto.

Alguns autores afirmam que meia colherada do sumo do fruto maduro pode matar um bezerro grande em 16 horas, depois de apresentar vômitos e diarréia; constatou-se lesões testiculares em cães e alterações sobre os parâmetros sangüineos em suínos.