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ANUCIOS

sábado, 20 de maio de 2017

Citronela, Citronela-de-java (Cymbopogon nardus)



Introdução

É utilizada para a extração de um óleo essencial chamado óleo de citronela, muito utilizado na confecção de velas, loções e óleos repelentes de mosquitos.

Não deve ser confundida com o capim-limão (Cymbopogon citratus). Ainda que a aparência seja realmente muito próxima, dá para diferenciá-las pelo aroma: o capim-limão apresenta um cheiro mais suave, que lembra o limão; enquanto o aroma da citronela é bem mais intenso.

Porte

Até 1,5m de altura

Caule

Ereto, com nós bem demarcados.

Folhas

Verde-claro e ásperas, com 7mm de largura e bainhas grandes.

Tipos de solo

Exige solos aluviais (encharcados)

Clima

Prefere climas úmidos, com chuvas regulares.

Grupo Ecológico

Climácica

Melhor época para plantio

Entre setembro e dezembro.

Forma de plantio

A propagação se faz por meio de mudas. 

São necessárias 13 mil a 20 mil mudas por hectare.

Espaçamento

1 a 1,20 m entre linhas e 50 a 60 cm entre plantas.

Cultivo

Faz-se a rotação depois de seis a oito anos, com leguminosas ou outra espécie não gramínea.

Replantio a cada 3 anos

Iluminação

Exige sol pleno. A planta não vai bem à sombra ou meia-sombra.

Irrigação

Quando não há chuvas, regar 4 vezes por semana.

Colheita

A época é variável, podendo haver dois a três cortes de folhas por ano.

Partes utilizadas

Folhas

Formas de Reprodução

Divisão de touceiras

Sementes

Reprodução

Por touceiras. É necessário o replantio a cada 3 anos.

Princípios Ativos

A-cadinol, acetato de geranil, b-elemeno, citral, citronelal, citronelol, d-cadineno, elemol, elemicina, eugenol, geranial, germacreno-D, geraniol, isopulejol, limoneno, linalol, mirceno, sabineno.

Utilização

A destilação das folhas a vapor resulta num óleo essencial, que rende normalmente 100 a 200 kg/ha.

O óleo essencial da citronela-de-java contém cerca de 65% de geraniol e 35% citronelal, e é utilizado pela indústria de perfumes e cosméticos como repelente de insetos.

O método industrial de extração do óleo essencial da citronela é conhecido como "arrasto de vapor". As folhas são colocadas em um recipiente e passam a receber vapor d´água constantemente. A água é aquecida em uma caldeira. Ao passar pelas folhas da citronela, o vapor leva junto o óleo essencial e este é separado da água, em seguida, por condensação.

Já a extração caseira do óleo essencial da citronela não é muito simples. Segundo informações da Seção de Plantas Aromáticas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pode-se colocar as folhas com um pouco de água num panela de pressão: o vapor que sair de lá também vai conter óleo essencial. O problema é recolher este vapor, para daí extrair o óleo.

Uma outra dica é que o óleo essencial da citronela é também solúvel em álcool. Assim, se misturarmos as folhas ao álcool, naturalmente o óleo essencial vai ser liberado. Aqui o problema é o seguinte: outras substâncias presentes na folha, como clorofila e pigmentos, também são solúveis em álcool e, neste caso, não teríamos o óleo puro como se obtém por meio do vapor d´água.

Vale destacar mais um detalhe importante: as folhas de citronela possuem uma concentração mínima de óleo essencial, em torno de 0,5% a 0,6%. Para cada 100 quilos de folhas, extraem-se no máximo 600 gramas de óleo. Ou seja, tentar extrair pequenas quantidades não é nada viável.

Como extrair o extrato de citronela passo a passo

Você vai precisar de:

- 1 feixe de citronela;
- 1 frasco de vidro de fechamento hermético;
- Álcool de cereais a 70%;
- Água;
- Tesoura para cortar as folhas de citronela;

Processo:

1 - É importante que você colha a citronela no início da manhã, logo quando o sol nasce. Corte as folhas mais sadias. Lave as folhas e deixe secar na sombra por um tempo para retirar o excesso de água.

2 - Agora corte as folhas em pedaços pequenos e coloque tudo dentro do frasco de vidro. É necessário que ele seja de vidro para que nenhuma substância do frasco passe para o extrato. E é essencial que o frasco feche hermeticamente porque não pode haver trocas entre o interior do frasco e o exterior.

3 - Agora é hora de preparar a solução de água e álcool. A quantidade correta de cada é um é de 70% de água para 30% de álcool. Prepare uma quantidade que cubra todas as folhas que estão no frasco, nenhum pedaço de citronela pode ficar fora da água com álcool porque apodrece. Após completar tudo com a solução água/álcool tampe o frasco e agite-o com calma para que a solução entre em contato com todas as partes da citronela.
Faça você mesmo: velas de citronela para afastar os mosquitos

4 - Se o seu frasco for transparente ou se ele deixa passar alguma luz é necessário envolvê-lo com um papel preto fosco para que nenhuma luz entre em contato com a citronela de dentro do frasco. Cole uma etiqueta no vidro com a data do dia que ele foi fechado. E por fim, coloque o frasco em um local escuro por 15 dias.

5 - A cada dois dias é necessário que você agite suavemente o frasco, para que o líquido circule entre as folhas. Após os 15 dias, coe a citronela e guarde o líquido. Está pronto seu extrato de citronela!

Origem

É uma planta originária do Sri Lanka (antigo Ceilão) e da Índia.

Curiosidades

Há quem pergunte se apenas cultivando a citronela no jardim é possível usufruir do poder repelente da planta. 

A resposta é sim, mas com uma ressalva: para que o resultado seja positivo, é preciso plantar a citronela no caminho percorrido pelo vento, de forma que leve o aroma até o local de onde desejamos manter os mosquitos afastados.

Uma outra forma de aproveitar o poder repelente da planta é fazer um chá com as folhas da planta e usá-lo para limpar o chão, passar em parapeitos de janelas, etc.
Observações

Não confundir com o capim-limão !

Ainda é muito comum a confusão entre a citronela e o capim-limão (Cymbopogon citratus).

Pelo nome científico, já deu para perceber que ambas as plantas pertencem ao mesmo gênero. 

Embora a aparência seja realmente muito próxima, dá para diferenciá-las pelo aroma: o capim-limão apresenta um cheiro mais suave, que lembra o limão; enquanto o aroma da citronela é bem intenso.




segunda-feira, 15 de maio de 2017

Manejo de Pragas no Cultivo Orgânico



O manejo de pragas no cultivo orgânico não procura exterminar os insetos-pragas, mas simplesmente mantê-los em determinados níveis de equilíbrio e, não colocando em risco a  lavoura e o lucro do agricultor e, especialmente a saúde do produtor e consumidor. Em geral, os insetos causam prejuízos ao homem e animais, sejam através dos danos às plantações, ou através da transmissão de doenças. Outros são benéficos como o bicho-da-seda, abelhas e demais polinizadores e insetos que se alimentam de outros insetos. O grande desafio da agricultura é manter a produtividade dos cultivos e ao mesmo tempo melhorar a qualidade e sanidade dos alimentos, conservando os recursos naturais (solo, água, ar e organismos benéficos) para gerações futuras. O reconhecimento dos insetos-pragas e seus inimigos naturais não pode ser dispensado no cultivo orgânico. Inseto pode ser considerado praga quando causa danos econômicos ao produtor. A simples presença de insetos na lavoura não significa perdas; é necessário que a população destes seja elevada. Antes de iniciar um controle o produtor deve primeiro reconhecer qual a praga que costuma sempre causar danos a sua lavoura. Caso não consiga reconhecer, deve recorrer ao técnico do município para determinar a praga e, principalmente, verificar a necessidade de tratamentos fitossanitários com produtos alternativos. No cultivo orgânico o homem deve intervir o menos possível no meio ambiente para não desequilibrar o sistema. Por isso, os produtos alternativos, mesmo que não causem riscos ao homem e meio ambiente, somente devem ser utilizados quando realmente necessários e, sempre aplicados com equipamentos de proteção e, tomando-se o cuidado de não deixá-los ao alcance de crianças e animais.
. Água de cinza e cal (“fertiprotetor” de plantas): É um produto ecológico obtido pela mistura de água, cinza e cal, recomendado para aumentar a resistência das culturas às pragas, reduzindo a ocorrência de vaquinhas e pulgões e também de doenças. Essa mistura contém expressivos teores de macro (Ca, Mg e K) e micronutrientes, estimulando a resistência às doenças fúngicas e bacterianas. (Fonte: Claro, 2001). Modo de preparar: Em um recipiente de alvenaria, plástico ou latão misturar 5kg de cal hidratado e 5kg de cinza peneirada com 100L de água. A mistura deve permanecer em repouso no mínimo por 1 hora antes de ser utilizada. Nesse período, agita-se a mistura no mínimo três a quatro vezes, com madeira ou taquara. Após a última agitação, esperam-se 10 a 15 minutos para que ocorra a sedimentação das partículas sólidas. A água de cinza e cal deve ser coada antes do uso, usando-se a peneira do pulverizador. A mistura deve ser filtrada e armazenada em bombonas. No momento de usá-la, basta agitar o conteúdo que irá retomar a cor branco-leitosa. Preferencialmente, no momento de usá-la, pode-se associá-la a um espalhante adesivo (farinha de trigo a 2%). Cuidados na aplicação: evitar aplicar em horários de intenso calor. No verão, aplicar à tardinha ou de manhã cedo, especialmente quando a cinza utilizada for de madeira, pois tem maior concentração de nutrientes e é mais salina e alcalina. 
. Enxofre (acaricida): é um produto natural que pode ser usado puro ou na calda sulfocálcica visando o manejo de ácaros. Ao ser utilizado puro, devem-se misturar, a seco, 800g de enxofre e 200g de farinha de milho bem fina, diluindo 34g em 10 litros de água e aplicar sobre as plantas (Fonte: Paulus, 2000).
. Farinha de trigo - espalhante adesivo ecológico e manejo de ácaros, pulgões e lagartas. Quanto mais cerosa for a superfície da folha ou ramos das plantas tratadas, maior número de gotas se forma, menor a área de molhamento, maior a possibilidade de injúrias e menor a eficiência da pulverização sobre a nutrição ou manejo de pragas e doenças. Dentre as hortaliças, alho, cebola, repolho e couve-flor são exemplos de culturas com alta cerosidade nas folhas e que exigem, por isso, o uso de espalhante adesivo nas pulverizações das caldas, da água de cinza e cal e de outros produtos alternativos. Quando as gotas permanecem inteiras sobre a superfície foliar, por falta de espalhante adesivo, podem danificar os tecidos vegetais quando o sol incide sobre elas. Modo de preparar: Em um recipiente apropriado, misture com água os ingredientes a serem pulverizados, acrescentando a farinha por último. Adicionar a farinha aos poucos, lentamente, sob forte e constante agitação com auxílio de uma pá de madeira ou taquara para que a dissolução seja completa. Para evitar obstrução de bicos do pulverizador recomenda-se coar a calda, podendo-se utilizar a própria peneira do pulverizador. Dosagem: 200g de farinha de trigo em cada 10L de calda. Essa dose pode ser aumentada ou diminuída de acordo com o grau de cerosidade das folhas. No manejo de insetos-pragas que ocorrem em hortas, recomenda-se o seguinte preparo: diluir 1 colher de sopa de farinha de trigo em 1L de água e pulverizar nas folhas atacadas. Aplicar pela manhã em cobertura total nas folhas, em dias quentes, secos e com sol; mais tarde, as folhas secando com o sol formam uma película que envolve as pragas e caem com o vento.
. Leite cru - manejo de ácaros, ovos de lagartas, lesmas, doenças fúngicas  e viróticas. O leite, na sua forma natural ou como soro de leite, é indicado para o manejo de ácaros e ovos de diversas lagartas como atrativo para lesmas e no controle de várias doenças fúngicas tais como o oídio (Figura 1) e viróticas. Pesquisa comprovou a eficiência do leite cru (+10%) sobre o oídio em cucurbitáceas, mesmo após o início da infecção no campo, superando o leite industrializado (tipo C e o longa vida). Essa maior eficiência do leite cru e fresco pode ser explicada, em parte, pela maior concentração de substâncias e de microrganismos fermentados em relação aos leites industrializados. (Fonte: Zatarim et al., 2005).


Figura 1. O fungo oídio que tem como principal sintoma a formação de um pó branco sobre as folhas, ataca o feijão-vagem (foto) e as demais espécies da família das cucurbitáceas (melão, melancia, pepino, abóbora e moranga). O leite cru e fresco à 10%  (1 L para 100 L de água) é eficiente no controle desta doença, mesmo no início da infecção.















terça-feira, 9 de maio de 2017

Maria Preta, Maria Pretinha, (Solanum americanum Mill.)



Introdução

A Solanum americanum, popularmente conhecida como maria-pretinha, é uma erva daninha pertencente à família das solanáceas nativa das Américas com ocorrência entre o sudoeste dos Estados Unidos da América e o sul do Peru e do Paraguai, sendo uma planta muito comum no Brasil. 

Apesar de possuir bagas comestíveis, com valor medicinal, deve ser ingeridos com prudência, pois os seu frutos negros podem ser confundidos com os da beladona, planta de elevado grau de toxicidade.

A espécie encontra-se naturalizada em todas as regiões tropicais e subtropicais, sendo considerada por alguns autores como nativa do Hawaii ou pelo menos como uma introdução remota, provavelmente devida aos povos polinésios. É usada como planta medicinal nos Camarões, Quénia, Hawaii, Panamá, Serra Leoa e Tanzânia.

Os frutos verdes são tóxicos, possuem um princípio ativo chamado alcalóide indólico.

É considerada como planta daninha, infestando lavouras, pomares, cafezais, jardins e terrenos baldios.

Porte

Erva ou arbusto de até 1,2 m de altura.

Caule

Apresenta caule liso, ramificado, verde e ereto.

Folhas

Folhas esparsas, alternas, simples, pecioladas, ovais, acuminadas, quase trapedozais, desigualmente lobadas, as vezes inteiras, verde-escuras, medindo 3 a 6cm de comprimento.

Flores

As flores, alvas e curtamente pedunculadas, dispõe-se em umbelas com 3 a 10 flores com até 1cm de diâmetro.

Frutos

O fruto é uma baga (solanídeo) verde, quando imatura, e negra quando matura, brilhante, amarga e nauseabunda, medindo 8 a 10mm de diâmetro.

A polpa contém 50 a 100 sementes pequenas e arredondadas.

Sementes

Semente comprimida, obovóide, com 1,0 a 1,3mm de diâmetro, amarelo-clara, reticulada, glabra e fosca. 

Os frutos quando secam retém as sementes.

Tipos de solo

Exige solo fértil (é nitrófila), humoso e com teor de umidade. Porém, é encontrada até mesmo em solos secos, pedregosos e depauperados.

Clima

Adapta-se do tropical ao temperado. É heliófita.

Colheita

Produção de sementes: 500 por planta, em média, mas variando de 100 a 1000 sementes ou até 178.000. A viabilidade no solo é de 8 anos.

Partes utilizadas

Folhas e Frutos

Dispersão

Zoocórica.

Propriedades

Antiespasmódica, sedativa, expectorante, analgésica, diurética, depurativa, emoliente, vulnerária, anti-reumática, diaforética, antiartrítica, anti-hipertensiva, aperiente, calmante, antiinflamatória, febrífuga, mineralizante, reconstituinte, narcótica, calmante, afrodisíaca e analgésica. 

A fruta fresca é usada como antiparasitária.

Princípios Ativos

Solanina, rutina, asparagina, solamargina. Também contém solasodina (0,1%), que é matéria prima para a produção de hormônios esteroidais.

Indicação

Indicada para o uso externo no tratamento de pitiríase versicolor ou pano branco, feridas e úlceras (uso tópico das folhas contusas), inflamações, áreas intumescidas, irritadas e dolorosas, dartros, furúnculo, panarício, queimaduras, psoríase, eczema, escrófulas, abcesso, acne, dermatite, erisipela, exantema, leucorréia, pústulas, tinha e vaginite. 

Internamente para o tratamento de asma, amigdalite, anemia, cirrose, cólicas, diarreias, escorbuto, gastrite, meningite, paludismo, úlcera gástrica, terror noturno, excitação nervosa, cólica e afecções urinárias, gastralgia, crises hepáticas, espasmos vesicais, distúrbios digestivos e ginecológicos e hemorroidas.

Utilização

Os frutos maduros são comestíveis, sendo excepcionalmente saborosos, podendo servir de matéria prima para geléias, musses, sorvetes ou como recheio e ou coberturas para bolos e tortas. 

As folhas são utilizadas na alimentação humana como hortaliça, e é uma boa fonte de proteína, manganês (Mn), fósforo (P), ferro (Fe) e boro (Na culinária, as folhas são preparadas cozidas ou fritas com ovos, alimento este, aliás, muito utilizado pelos índios Kaingang e em muitas outras partes do mundo.

Uso medicinal

A infusão das folhas apresentou atividade hipoglicemiante em ratas (Victoria), espasmolítica, por mecanismo muscarínico e musculotrópico, frente a acetilcolina, na dose de 640mg e frente ao cloreto de bário, nas doses de 320 a 640mg (Cruz).

A decocção das folhas tem ação antibiótica sobre Staphylococcus aureus. A decocção e a maceração hidroalcoólica das folhas tem atividade sobre Candida albicans (Victoria) e Cryptococcus neoformans (Cooney et al.).

Formas de USO:

- Cataplasmas: folhas frescas aplicadas topicamente (dermatoses e lesões dérmica)

- Decocção: ferver 1 colher das de chá de folhas em 1 xícara das de chá de água. Tomar 3 xícaras ao dia (excitação nervosa, cólicas, nevralgias, dermatoses, catarros e afecções urinárias). 

Pode-se utilizar o decocto para fazer a ablução de áreas inflamadas, doloridas e lesionadas.
Uso culinário

Os frutos maduros são comestíveis, podendo servir de matéria prima para geleias.

As folhas são preparadas cozidas ou fritas com ovos.

Origem

Nativa, não endêmica do Brasil.

Habitat

É uma erva ruderal originária das Américas, de ampla distribuição, ocorrendo indiferentemente tanto em roças de solos férteis como de solos pobres. Desenvolve-se nos mais variados ambientes, desde os solos úmidos até os mais secos e pedregosos. Ocorre na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica.

Curiosidades

Os frutos imaturos e as folhas cruas são tóxicos, possuindo um efeito pouco usual (e não facilmente percebível), pois atuam no sistema nervoso central, causando sintomas de depressão.

Observações

Os frutos verdes são tóxicos. 

A solanina tem uma DL50 de 42mg/kg por via intraperitonial. 

A planta tem habilidade em acumular nitratos, podendo atingir níveis tóxicos aos animais.

A planta pode ser hospedeira de nematóides do gênero Rotylenchus e Meloidogyne.




segunda-feira, 8 de maio de 2017

Melão-de-são-caetano (Momordica charantia L.)



Introdução

Estudos científicos publicados nos últimos 10 anos mostram que o Melão-de-são-caetano ou Melão-amargo, apresenta propriedades anti-tumorais e anti-cancerígenas e muitas pesquisas tem sido realizadas a respeito de suas atividades antivirais e no HIV. 

Pode ser usado contra todas as doenças de pele, tais como eczemas, acne e doenças por fungos.

É ótimo coadjuvante para os diabéticos, pois tem propriedades hipoglicêmicas, reduzindo o índice de glicose no sangue.

É uma planta daninha bastante freqüente em pomares, cafezais, sobre cercas e alambrados e em terrenos baldios. 

O suco do vegetal, na concentração de 5% em água mostrou ter um potencial assombroso de lutar contra o crescimento dos quatro tipos de cânceres pancreáticos pesquisados, dois dos quais foram reduzidos em 90%, e os outros em incríveis 98% apenas 72 horas após o tratamento!

A dose utilizada foi de seis gramas de pó do melão amargo para um adulto de porte médio (75 quilos).[10]
Sinonímia

- Amara indica L. 
- Cucumis africanus Lindl. 
- Cucumis intermedius Roem. 
- Momordica anthelmintica Schum. 
- Momordica macropetala M. 
- Momordica muricata Willd. 
- Momordica operculata Vell. 
- Momordica papillosa Peck 
- Momordica roxburghiana Don 
- Momordica senegalensis Lam. 
- Momordica zeylanica Mill.

Etimologia
O nome em latin Momordica significa "mordida", referindo-se às bordas da folha que parecem que foram mordidas.

Folhas
( Em 25/07/2016 13:50:00, Anderson Porto de Araruama/RJ comentou )
Simples, membranáceas e orbiculares. O pecíolo apresentou colênquima angular e feixe vascular bicolateral. A região do limbo tem mesófilo dorsiventral e nervura central de contorno biconvexo com feixes bicolaterais e colaterais. Estruturas secretoras, tricomas tectores e glandulares e drusas de oxalato de cálcio estão presentes nas folhas.

Sementes
Seu fruto cor de ouro com espinhos moles na superfície se abre espontaneamente em 3 partes, quando maduro mostra suas sementes vermelhas comestíveis de grande beleza e paladar suave, muito apreciado pelas crianças.

Cultivo
As práticas culturais são similares ao do pepino
Partes utilizadas
Frutos, hastes, talo, folhas e arilo das sementes.

Propriedades

Adstringente (raiz), adstringente da cútis, afrodisíaca, aperitiva, estomáquica, anticarbunculosa, anti-helmínticos (frutos), anti-hemorroidário, antidiabética, antimicótica, antifebrífugos e antipalúdicos (frutos), antivenéreos (frutos cozidos), antileucorréico, anti-reumática, antiflatulenta, anticatarral, antipirética, cicatrizante (folhas pulverizadas), colerética, depurativa do sangue, emenagoga, emético (folhas), emeto-catárquico, emoliente, estomáquico, febrífuga, hemostáticos (fruto maduros), hipotensora, hipoglicêmica (folhas), laxante, purgativo (folhas), rubefaciente, supurativa, vomitivos (frutos cozidos), vermífugo, vermicida.[3]

Um dos princípios ativos demonstrou clinicamente ser capaz de inibir a guanilato-ciclase, que parece estar associada ao aparecimento da psoríase e está ligada ao crescimento de células leucêmicas e cancerosas. 

A momordina demonstrou clinicamenteatividade anticancerosa contra o linfoma de Hodgkins em animais. 

Outras proteínas - a e B-rnomorcharina, cucurbitacina B - foram testadas por seus prováveis efeitos anticanceroso. Um análogo químico destas proteínas do melão de são caetano foi desenvolvido, patenteado e denominado "MAP-30"; seus criadores relatam que ele é capaz de inibir o crescimento de tumores da próstata. 

Duas dessas proteínas - a e b momorcharina, também foram descritas como inibidoras do vírus HIV in vitro. 

Num estudo, as células infectadas com o vírus H IV tratadas com a e B-momorcharina mostraram perda quase total do antígeno do vírus, enquanto as células normais não foram afetadas. 

Os inventores do ??MAP-30" registraram outra patente que estabelece "útil para tratamento de tumores e infecções por HIV. 

Outro estudo clínico mostrou que a atividade anliviral do ??MAP·30" também estava relacionada com o vírus do herpes in vitro (Lee -Huang, S. e cols., 1995 e Bourinbaiar, AS. e cols., 1996).

Em vários estudos, pelo menos 3 grupos diferentes de princípios ativos encontrados em todas as partes do melão de são caetano demonstraram clinicamente propriedades hipoglicemiantes e outras ações benéficas contra o diabetes mellitus. 

Estes princípios incluem uma mistura de saponinas esteroidais (charantinas), peptídeos insulino­semelhantes e alcalóides. 

Efeito hipoglicémico foi maior na fruta, onde estes compostos são mais abundantes.

Até agora, perto de 100 estudos in vivo demonstraram o efeito hipoglicemiante deste fruto.

Também se demonstrou sua capacidade de aumentar a absorção de glicose, aumentar a liberação de insulina e potencializar seu efeito. 

Em outro estudo in vivo O fruto e as sementes mostraram redução do colesterol total. 

Num estudo, os níveis de colesterol e triglicerídios elevados em ratos diabéticos retornaram a níveis normais após 10 semanas de tratamento.

Inúmeros estudos in vivo já demonstraram a antividade antitumoral da planta inteira - extrato aquoso bloqueando o crescimento de carcinoma prostático em ratos; extrato aquoso quente inibindo o crescimento de tumores mamários em ratas. 

Outros estudos in vitro também provaram a atividade anticancerosa e antileucêmica contra várias linhagens celulares, incluindo câncer de fígado, leucemia humana, mela-noma e sarcomas sólidos.

Tanto a planta como muitos de seus princípios ativos isolados foram documenta­dos com atividade antiviral in vitro contra os seguintes vírus: Epstein-Barr, herpes e HIVs. 

Em um estudo in vivo o extrato da folha aumentou a resistência a infecções e teve efeito imunoestimulante em animais e humanos, aumentando a produção de interteron e atividade mortífera natural sobre as células.

Em adição, extratos das folhas mostraram atividade antimicrobiana de largo espectro, in vitro contra E. coli, Staphylococcus, Pseudomonas, Salmonella, Strepto-bacillus e Streptococcus.

Um extrato da planta inteira mostrou atividade antiprotozoárica contra Entamoeba histolytica. 

O fruto e seu suco mostraram as mesmas propriedades antibacterianas e num outro estudo o extrato do fruto mostrou atividade contra a Helicobacter pylori.

Vários estudos clínicos in vivo demonstraram a toxidade relativamente baixa de todas as partes da planta quando ingeridas oralmente.

Entretanto, a toxidade e até a morte de cobaias acontece com o uso intravenoso.

Alguns estudos sugerem os extratos do fruto e a folha como seguros na gravidez se ingeridos oralmente. 

As sementes são abortivas para cobaias e as raízes são estimulantes uterinos em cobaias.

O fruto e a folha têm efeito antifertilidade invivo em fêmeas, não afetando a produção de esperma negativamente.[8]
Princípios Ativos

Momordicina (alcalóide), momordipicrina, ácido mormódico, b-alanina, fenilalanina, b-amirina, arginina, lignano-calceolariosídeo, a-caroteno epóxido, b-caroteno, esteróide-charantina, criptoxantina, triterpenos-momordicina, taraxerol, momorcharisídeos A e B, diosgenina, p-cimeno, ácido gentísico, momordica charantia lectina, momordica aglutinina, fator citostático de momordica, inibidor de tripsina momordica, neroldiol, V-insulina, P-insulina, b-sitosterol, derivados de stigmasterol, 5-hidroxitriptamina, verbascócido, vicina e o alcalóide zeatina.

Fruto: polissacarídeos (com 16% de ácido galacturônico).

Sementes: aminoácidos, ácido glutâmico e glicina.
Contra-indicação
Contra-indicado para gestantes, nutrizes e crianças; as sementes contém compostos tóxicos, não devendo ser ingeridas em grandes quantidades.

Uso medicinal

Febrífugo, anti-reumático, anti-helmíntico.

São reportados usos para afecções biliares, catarata, cólicas abdominais, colite, cravos, dartro, dores de ouvido, dor reumática, escabiose, enxaquecas, febre, fígado, gogo das aves, hemorróidas (especialmente a raiz), infecções da pele, irrigação vaginal, leucorréia, malária, menstruações difíceis, mordida de serpentes, morféia, problemas de pele (eczemas, acne, sarna e furúnculos), picadas de insetos, problemas gástricos, pruridos, queimaduras, resfriado, reumatismo, úlceras malignas, vermes. 

- frutos cozidos: vomitivos e antivenéreos.
- frutos maduros em cataplasmas: hemostáticos.
- suco das folhas: emético, purgante, mordida de serpentes e afecções biliares.
- raiz: adstringente.
- decocção das folhas: infecções da pele.
- infusão das folhas (forte): escabiose, picadas de insetos, malária, pruridos e úlceras malignas
- infusão da planta inteira: resfriado
- folhas e frutos: gogo das aves
- infusão de 10 g de folhas secas por litro de água: leucorréia, menstruações difíceis e cólicas causadas por vermes.
- infusão do fruto: hemorróidas.
- ungüento: arilo contuso misturado com vaselina: tumores, furúnculos e carbúnculos.
- suco: machucar as folhas verdes em óleo de amêndoas doces: queimadura.
- suco puro das folhas: sarna.[3]

Extratos dos frutos, folhas e raízes de Momordica charantia Linn (Cucurbitaceae) são eficientes no tratamento da diabetes tipo II 

Habitat

A planta cresce em áreas tropicais na Ásia, na Região Amazônica, no leste da África e nas Ilhas do Caribe.
Dist. Geográfica
Ocorre virtualmente em todas as regiões habitadas do país (Lorenzi,2000).

História

No Brasil, os frutos são consumidos principalmente pela comunidade nipo-brasileira. São colhidos e vendidos verdes em feiras livres na cidade de São Paulo onde se concentram estas comunidades. 

Podem ser consumidos também em alguns restaurantes japoneses mais tradicionais. São popularmente conhecidos entre eles como nigauri, nigagori ou goya, sendo esta última denominação utilizada pelos descendentes provindos da província de Okinawa, onde consome-se muito este fruto.

Seu nome Melão-de-são-caetano se deve aos escravos que se estabeleceram na região das minas auríferas e plantaram ao redor de uma capelinha em Mariana. O padroeiro da capela era S. Caetano e os frutos parecidos com melão. Daí o nome Melão de São Caetano.
Observações

Causa queda drástica da taxa de glicose sangüínea em poucas horas; pode ter ação teratogênica; in vitro, é um inibidor da síntese protéica; pode causar aborto.

Alguns autores afirmam que meia colherada do sumo do fruto maduro pode matar um bezerro grande em 16 horas, depois de apresentar vômitos e diarréia; constatou-se lesões testiculares em cães e alterações sobre os parâmetros sangüineos em suínos.






sexta-feira, 21 de abril de 2017

Benefícios do Abiu para a Saúde



Sua superfície é amarela. A polpa é gelatinosa e, em geral, de cor gelo, com sabor às vezes doce. O seu fruto maduro ou verde tem um látex que se coagula em contato com o ar e cola nos lábios.
Possui as vitaminas B1, B2, B5 e C. Sais minerais: cálcio, fósforo e ferro, este em menor quantidade dentre os três.
Seus frutos ingeridos naturalmente são indicados contra pneumonia, bronquite, anemia e desnutrição. Também pode ser usado nos casos de convalescência.

Confira abaixo os benefícios que o consumo do abiu traz para a sua  saúde:
  • O abiu é consumido ao natural, podendo também ser usado para elaboração de sucos, saladas de frutas, sorvete e geléia..
  • O abiu age contra afecções pulmonares. A casca do abieiro é antidisentérica e diminui a febre. O azeite retirado das sementes do abiu abranda inflamações na pele.
  • A madeira do abieiro é densa e valorizada para construção.
  • O abieiro, por seu porte alto, na agrofloresta, tem a função de sombreadora.

Os 10 Benefícios do Abiu Para Saúde


Os Benefícios da Abiu Para são diversos. pois, o Abiu possui uma grande quantidades de nutrientes essenciais para saúde geral do nosso corpo. Alem disso o abiu é um fruto tipo baga, ovoide a globoso, de casca lisa e amarela e a sua polpa é mucilaginosa, comestível e adocicada, apresentando cor alva ou amarelada. Trata-se do fruto do abieiro, árvore originária da região amazônica próxima às encostas andinas do Peru e do oeste da Amazônia brasileira, que pode chegar a atingir até 10 metros de altura. Por seu alto porte, o abieiro tem a função de sombreadora na agroflorestal.
abiu é consumido quase sempre ao natural, mas pode ser conservada em até uma semana quando refrigerada. Como fruta seca, deve ser consumida quando estiver bem madura (com a casca toda amarela), do contrário, sua casca libera um leite branco e viscoso que adere aos lábios.
abiu possui as vitamina B1, B2, B5 e C e sais minerais como cálciofósforo e ferro, além de fibras. A fruta contém propriedades adstringente, amarga, emoliente, tônica, desinfetante e nutriente. Então, confira Os 10 Benefícios do Abiu Para Saúde.

Benefícios do Abiu Para a Anemia: abiu é rica em clorofila, que funciona como um purificador sanguíneo. O elevado teor de vitamina C aumenta a velocidade de absorção de ferro. Beber suco de abiu aumenta regularmente o teor de hemoglobina no organismo para curar a anemia.
Benefícios do Abiu Para o Ouvido: abiu ajuda na cura das infecções de ouvido e surdez. O óleo de abiu, cozido com  pode lhe ajudar a tratar infecção no ouvido.
Benefícios do Abiu Para Febre: A casca do abieiro é antidisentérica e baixa a febre, o azeite extraído das sementes do abiu abranda inflamações na pele, sendo aplicado em forma de cataplasma sobre a região afetada.
Outros Benefícios do Abiu Para Saúde:
  • Abiu auxilia na eliminação de toxinas.
  • Abiu combate moléstias da córnea.
  • Abiu previne a formação de tumores.
  • Abiu tem efeito benéfico contra a desnutrição.
  • Abiu tem efeito benéfico contra a Diarreia e Disenteria ajudando na eliminação de toxinas.
  • Abiu tem efeito benéfico contra a tosse ajudando no alivio da tosse.



sábado, 15 de abril de 2017

Valeriana (valeriana officinalis L)



Valeriana

Planta

Valeriana é uma planta perene com flor, com racemos de flores brancas ou rosadas com odor doce que florescem nos meses de verão. No século XVI era usada como perfume. 
Nome científico: Valeriana officinalis
Classificação: Espécie
Classificação superior: Valeriana sambucifolia

Valeriana, a planta que acalma os nervos

A Valeriana produz efeitos bastante diferentes, conforme atua sobre os seres humanos ou sobre os animais. Aos primeiros proporciona um notável efeito sedativo, enquanto aos segundos estimula vigorosamente. Assim, por exemplo, os gatos ficam eufóricos quando cheiram a planta e esfregam-se contra ela com grande deleite. A valeriana é muito util em casos psicossomáticas, nervosismo ou stress.
Ela cresce espontaneamente nas orlas dos bosques, prados úmidos e margens dos rios da Europa. Naturalizada na América do Norte e na região mais meridional do continente americano. A Valeriana - valeriana officinalis L - é uma planta herbácea da família das Valerianaceas, de caule eretos e flores pequenas e rosadas. A parte utilizadas na fitoterapia são a raizes e o rizoma. Em Portugal é conhecida também como valeriana-menor, valeriana-silvestre; na Espanha como hierba de los gatos; na França valériane e English valerian ou valerian na Inglaterra.

valeriana officinalis L

Esta planta é usada teurapêuticamente desde o Renascimento, quando se descobriu a sua propriedade de evitar os ataques epilépticos. Tem efeitos tranquilizantes, sedativos, soníferos, analgésicos, antiespasmódicos e anticonvulsivantes. Produz uma sedação de todo o sistema nervoso central e vegetativo, diminuindo a ansiedade. Também diminui a pressão arterial. A sua ação é semelhante à dos fármacos tranquilizantes maiores ou  (fenotiazinas e derivados), mas sem nenhum dos efeitos tóxicos destes. É , através de infusão ou maceração das raízes, indicada:
- no combate à ansiedade, neurose de angústia, neurastenia ou irritabilidade, dores de cabeça, palpitações, arritmias, hipertensão arterial essencial (a que não tem causa orgânica), tremores, estômago afetado por nervosismo, cólon irritável e outras doenças psicossomáticas. Por sua ação sonífera, combinando-se a infusão com um banho da planta antes de deitar, obtém-se ótimos resultados. A valeriana combate também a asma por conta de sua ação espasmódica e sedativa, evitando o espasmo dos brônquios, juntamente com o edema da mucosa, é um dos fatores causadores da asma.

A valeriana, de nome científico Valeriana officinalis, também conhecida como erva-dos-gatos, é uma planta muito estudada e tem demonstrado resultados clínicos evidentes, com eficácia terapêutica nos tratamentos da ansiedade e como estimulante cerebral. É uma planta medicinal muito antiga, como recorda o seu nome científico, derivado do latim valere, que significa “ter saúde”. A parte utilizada da planta é a raiz e é mais comumente encontrada sob a forma de infusão (chá) ou comprimidos. A valeriana é uma das únicas plantas medicinais com o poder sonífero comprovado por vários estudos, sendo reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido aos seus benefícios contra a ansiedade.

Chá de valeriana – Benefícios e propriedades

Propriedades e indicações de uso

Sedativo;
Calmante e relaxante;
Histeria;
Perturbações da menopausa;
Insônia crônica;
Estresse;
Dermatoses pruriginosas;
Perturbações cardíacas de origem nervosa;
Cãibras;
Antiespasmódicas;
Sonífero (reduz o tempo que a pessoa leva para adormecer e aumenta a duração do sono);
Anticonvulsionante.
Em razão de suas propriedades, a valeriana é muito útil para as pessoas que sofrem com problemas relacionados ao sono, como a insônia, ansiedade, estresse, epilepsia, além de auxiliar quem está parando de fumar.

Modos de usar a valeriana

A valeriana pode ser utilizada como chá, decocção (mais forte que o chá), comprimidos, cápsulas e tintura (sob a forma de gotas). Confira a seguir a receita do chá de valeriana:

Receita do chá de valeriana

Adicione uma colher de chá da raiz e do rizoma picados em uma xícara de água fervente. Abafe por aproximadamente 5 minutos e coe. O indicado é ingerir uma xícara do chá, de uma a três vezes ao dia.

Efeitos colaterais

O uso da valeriana pode ter alguns efeitos colaterais, tais como tontura, indisposição gastrintestinal, alergias de contato, dor de cabeça e midríase (dilatação da pupila). É necessário ter atenção com o tempo de uso da planta, pois, em períodos prolongados, pode causar dores de cabeça, sono, cansaço, insônia, midríase e desordens cardíacas. Lembre-se de, ao comprar um medicamento, sempre ler a bula e consultar um médico especialista!

Contraindicações

A utilização da valeriana é contraindicada para pessoas que possuam hipersensibilidade (alergia) ao extrato da planta.

Curiosidade

O nome popular “erva-dos-gatos” deve-se ao efeito excitante ou de euforia que a planta causa nesses animais. Por esta razão, é indicado evitar deixar a planta próxima a gatos.




sábado, 8 de abril de 2017

Produção sustentável de hortaliças



INTRODUÇÃO 

Na agricultura convencional, a produção de hortaliças demanda grande quantidade de fertilizan­tes, pois geralmente as espécies olerícolas apresen­tam ciclo curto e são cultivadas o ano todo na mes­ma área, o que exaure rapidamente o solo. Cada vez que o solo é arado e gradeado, fica desestruturado. A matéria orgânica e os macro e microrganismos são expostos a condições adversas que os levam à des­truição. 
Nesses sistemas, tem ocorrido também o uso abusivo de pesticidas (agrotóxicos) para eliminar o mato (herbicidas) e controlar as pragas e as doenças das lavouras (inseticidas, acaricidas, fungicidas). Es­ses produtos, utilizados ano após ano, e muitas vezes em doses maiores que a recomendada, têm poluído o solo e os cursos d’água, e causado desequilíbrio na fauna e flora, com consequências negativas para o ambiente natural. Além disso, diversas pesquisas comprovam a intoxicação de seres humanos direta­mente (no momento da aplicação) ou indiretamente (por meio do consumo de alimentos contaminados). 
Na contramão dessa realidade, no mundo in­teiro, pessoas estão trabalhando para a consolida­ção de tecnologias de produção sustentáveis, como o plantio direto, a adubação verde, a rotação e a con­sorciação de culturas, bem como o manejo ecológico 
 de pragas e doenças. É vital que a atividade agrícola cause o menor impacto possível sobre os recursos naturais para que possa manter-se no espaço e no tempo. 

Figura 1 - Adubação verde consorciada com pimenta malagueta, milho e quiabo

ADUBAÇÃO VERDE 

A adubação verde consiste em utilizar a bio­massa fresca de vegetais para fertilizar o solo. A princípio qualquer material fresco pode ser utilizado como, por exemplo, capim cortado e plantas dani­nhas. Mas o ideal é que a biomassa contenha nu­trientes em quantidade suficiente para que a necessidade da cultura seja atendida; e, para isso, já existem plantas mais apropriadas. Além disso, algumas espé­cies vegetais acumulam mais determinados nutrien­tes que outras, como é o caso das leguminosas. Por causa da simbiose com bactérias do solo fixadoras do nitrogênio (N) atmosférico, as leguminosas acu­mulam grande quantidade desse elemento, sendo, portanto, mais indicadas quando o foco principal é a adubação nitrogenada. 
A adubação verde presta, também, outro gran­de benefício, que é o recobrimento do solo, prote­gendo-o das intempéries e auxiliando no controle das plantas espontâneas. Nesse caso específico, as espécies de adubo verde que apresentam cres­cimento indeterminado e hábito rasteiro ou prostrado são as mais indicadas, como, por exemplo, ku­dzu tropical (Pueraria phaseoloides), calopogônio (Callopogonium mucunoides), amendoim-forrageiro (Arachis pintoi), mucunas (Stizolobium spp.), feijão-de-porco (Canavalia ensiformes) e feijão-bravo-do-ceará (Canavalia ensiformes). 
Na sua forma mais tradicional, o cultivo do adubo verde é feito antes da cultura, sendo que a biomassa pode ser incorporada ao solo para que a decomposição ocorra mais rapidamente, ou pode ser deixada sobre o solo, decompondo-se mais len­tamente e cumprindo também a função de proteção. Mas ultimamente vários estudos comprovam a pos­sibilidade de consorciação de muitas culturas de in­teresse econômico com espécies de adubos verdes, como por exemplo: milho/feijão-de-porco, milho/ crotalária, pimenta/kudzu tropical, quiabo/crotalária, etc. 

ROTAÇÃO DE CULTURAS 

A rotação de culturas consiste em implantar diferentes culturas numa sequência preestabelecida
Na escolha das culturas, devem ser considera­dos os seguintes aspectos: 
a) suscetibilidade a pragas e doenças: o ideal é não utilizar espécies da mesma família botânica em sucessão, a fim de interromper o ciclo reprodutivo de pragas e patógenos; 
b) profundidade do sistema radicular: é impor­tante inserir no plano de rotação uma es­pécie com sistema radicular profundo, para que os nutrientes que estejam nas cama­das profundas sejam aproveitados, promo­vendo a reciclagem de nutrientes; 
c) porcentagem de recobrimento do solo: se a maioria das hortaliças deixa o solo exposto na maior parte do ciclo, é importante inserir na rotação espécies que protejam mais o solo, auxiliando, com isso, no manejo das plantas espontâneas; 
d) produção de matéria seca após a colheita: as hortaliças exportam muita biomassa do sistema na forma de folhas, frutos e raízes. Assim, não há reposição adequada da ma­téria orgânica do solo. 
A inserção, por exemplo, do milho-verde no plano de rotação pode contribuir para reposição da matéria orgânica do solo. O ideal é incluir um adubo verde no plano de rotação para que se tenha boa produção de biomassa. 

Figura 2 - Rotação de culturas, adubação verde consorciada
e plantio direto de hortaliças - Fazenda
Experimental Risoleta Neves (FERN), São João
del-Rei, MG

PLANTIO DIRETO 

Quando métodos convencionais de preparo e cultivo são empregados, a cada ciclo de revolvimen­to, o solo é exposto a chuvas, ventos e altas tem­peraturas, alternando períodos de umedecimento e secagem, que levam à degradação rápida da matéria orgânica. Em culturas que produzem pouco resíduo, a queda no teor de matéria orgânica do solo é muito rápida. E quanto menor o teor de matéria orgânica, menor a atividade biológica no solo. 
No Sistema Plantio Direto (SPD), o solo não é revolvido e o ideal é que fique permanentemente protegido por palha e/ou pela cultura em desenvolvi­mento. Algumas culturas podem produzir palha sufi­ciente para cobrir o solo até o próximo cultivo, como o milho, por exemplo (Fig. 2C); caso contrário, terá que ser cultivada uma espécie própria para a produ­ção de palha para o plantio direto. 
O não revolvimento preserva os agregados, diminuindo as perdas de solo por erosão hídrica e aumentando a infiltração de água; a cobertura morta aumenta a quantidade de matéria orgânica, favore­cendo a estocagem de carbono; favorece a biota e os processos biológicos, otimizando o aproveitamen­to dos fertilizantes e a reciclagem de nutrientes; di­minui a temperatura do solo. Como consequências práticas, têm-se: aumento da reserva de água no solo e redução da necessidade de irrigação; dimi­nuição das despesas com máquinas e combustível para aração/gradagem e controle do mato; aumento da produtividade. 
Algumas das espécies utilizadas para forma­ção de palha para o plantio direto são: aveia preta, nabo forrageiro, ervilhaca, mucunas, crotalárias. 

Figura 3 - Consorciação de hortaliças - Fazenda Experimental
Risoleta Neves (FERN), São João del-Rei, MG
NOTA: A - Cebolinha com rúcula,

CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS 

A consorciação de culturas é uma boa alternativa para aumentar a produção por área, oti­mizando o uso da terra e da irrigação. Além disso, a consorciação de culturas reduz o risco de prejuízo total; ou seja, a perda, a baixa produção ou o baixo preço de venda de uma das culturas que pode ser compensado parcialmente pela venda da outra.
Resultados de pesquisas comprovam ser viá­vel agronômica e economicamente a consorciação entre várias hortaliças: alface e bardana; alface e rabanete; alface e rúcula; alface e coentro; alface e beterraba; beterraba e rúcula; cebolinha e salsa; ce­bolinha e rúcula; tomate e alface; pimentão, repolho e alface; pimentão, repolho e rabanete; pimentão, rú­cula e alface, etc. 

CONTROLE ALTERNATIVO DE PRAGAS E DOENÇAS 

As pragas e doenças podem influenciar no crescimento das plantas, causar danos nas folhas, botões florais, raízes e afetar a produtividade e a qualidade das hortaliças. 
Para o controle de pragas e doenças devem ser priorizadas técnicas que propiciem a mínima de­pendência externa de insumos, proporcionem o au­mento da biodiversidade, o baixo ou nenhum risco toxicológico e ambiental e a manutenção do sistema por longo período. 
Para um manejo eficiente das pragas e doen­ças é necessária a realização do manejo integrado de pragas e doenças, que é uma prática que envol­ve um conjunto de medidas e princípios que visam manter e/ou reduzir os níveis de pragas e doenças a limites toleráveis. Para isso, primeiramente deve-se fazer a correta identificação e o monitoramento das pragas ou doenças que estão presentes no cultivo, visando um controle adequado. As amostragens das pragas podem ser realizadas por meio da contagem dos insetos diretamente na planta, ou utilizando ar­madilhas adesivas coloridas. As armadilhas de cor amarela são eficientes na captura de pulgões, mos­cas-brancas e moscas-minadoras; as armadilhas azuis para a captura de tripes. 
A adoção de práticas de controle deverá ser utilizada somente quando as pragas e doenças atin­girem níveis elevados, capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura. Serão apre­sentadas a seguir algumas práticas de controle al­ternativo que visam minimizar os danos, promover a redução populacional, reduzir os prejuízos advindos do seu ataque e evitar a contaminação do ambiente pelo uso de produtos fitossanitários: 

a) controle biológico: é o uso de parasitoides, predadores e microrganismos para o con­trole de pragas e doenças. Esses inimigos naturais podem ser adquiridos e liberados no campo para controlar as pragas e do­enças no cultivo. Para controle de lagar­tas, produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis têm sido utilizados. O inseti­cida biológico à base do fungo Beauveria bassiana pode ser usado para o controle de mosca-branca, ácaro-rajado e lagartas. Trichogramma spp. é um parasitoide que tem sido utilizado para o controle da traça-do-tomateiro. Ácaros predadores, como Phytoseiulus macropilis, Neoseiulus barkeri 
e Neoseiulus californicus, têm sido utili­zados com sucesso no controle do ácaro-
rajado (Tetranychus urticae), em cultivo de alface, pepino, pimentão, pimenta, toma­te, dentre outros. No controle biológico de doenças de plantas, um produto à base de Trichoderma vem sendo comercializado e utilizado na produção de mudas para con­trolar o tombamento de plântulas em geral. 

b) Extratos vegetais: diversas espécies vege­tais apresentam ação inseticida; e o ex­trato de algumas dessas plantas tem sido usado de modo eficiente no controle de pragas e doenças, como é o caso do nim (Azadirachta indica). A azadiractina é um composto presente no nim que é tóxico a insetos, tem efeito de repelência, além de inibir a alimentação e o crescimento deles. O nim controla com eficiência lagartas, pulgões, ácaros, tripes, moscas-brancas e outros insetos. A dosagem de nim máxima, recomendada somente para casos mais severos, é de 1%. 

c) Leite cru: utilizado com sucesso no controle do oídio em várias hortaliças como pimen­tão, abobrinha, pepino, dentre outras. O lei­te cru pode ser utilizado de modo preventi­vo, diluído em água nas concentrações de 5% a 10%, uma vez por semana. 

d) Sais: bicarbonatos de sódio e potássio são efetivos no controle de oídio em tomate e pepino. Como esses sais são utilizados na alimentação humana, não apresentam problemas toxicológicos, além disso, têm custo baixo. 

e) Sabões: soluções à base de sabão têm sido utilizadas com frequência para o controle de insetos sugadores, como pulgões e co­chonilhas. 
Caso seja realmente necessário o uso de pro­dutos fitossanitários, é importante utilizar produtos eficientes contra as pragas e doenças e menos da­nosos ao ambiente. Além disso, devem ser utilizados produtos registrados para cada cultura, e os aplica­dores devem seguir corretamente as instruções do rótulo do produto e usar o equipamento de proteção individual (EPI). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A utilização da adubação verde, do plantio direto, da consorciação e da rotação de culturas na produção de hortaliças é vital para a conservação do solo e da água, e para a melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Além disso, o aumento da diversidade vegetal na área de cultivo contribui para o manejo ecológico de pragas e do­enças.
Essas práticas podem ser empregadas nos sistemas de produção convencional e agroecológico, com consequências positivas na produtividade e na qualidade das hortaliças, bem como na qualidade de vida do produtor rural. 
Como consequências a médio e longo prazos, tem-se a sustentabilidade espacial, temporal e am­biental da atividade olerícola.